terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

MAIS UM CASO DE "ANTROPOFAGIA" EM MASSA, PRATICADO POR BRANCOS DA FUNAI DE DOURADOS

Amigos,

Me detive em 2 frases do Heitor. A primeira é

"Tática antiga de fazendeiros mancomunados com a FUNAI para diminuir o número de índios Guarani Kaiowá através dos surtos de inanição provocados periodicamente para induzir a morte de crianças e idosos."

Na época do Fernando Collor, me lembro que ele batia no peito prometendo acabar com a pobreza. Ao invés disso, com aqueles famosos congelamentos, tudo o que víamos era o ágio para todo lado e o pobre ficando cada vez mais pobre. Me lembro que eu costumava a brincar dizendo que a política do Collor era acabar com a pobreza exterminando os pobres.

Acho que trata-se da mesma coisa. Fica fácil acabar com o problema dos índios se não houver mais índios para terem problemas, não é mesmo? Pensem bem, parece ridículo, mas esse meio lento e contínuo é eficiente e quase transparente. O povo brasileiro se acostuma com desgraças. Quando 100 pessoas morrem de uma vez há grande comoção. Mas se as mesmas 100 pessoas morressem, uma a cada dia, durante 100 dias, na 10º o brasileiro já acharia que a coisa é normal.

Há quanto tempo estamos aqui falando sobre as condições dos Kaiowás em Dourados? Que eu me lembre, pelo menos 2 anos.

O que o governo fez? E olha que a situação dos Kaiowas ganhou manchetes mundiais! Eu mesma assinei há pouco tempo um abaixo-assinado on-line iniciado por uma holandesa!!!!

Desculpem a ironia, mas porque o Governo iria interferir? Me parece que seus membros que odiavam coronéis de farda agora passaram a adorar coronéis de botas e chapeus de palha, né?

A segunda frase foi a seguinte:

"Notícias típicas de um país que só demonstra ter leis nos grandes centros urbanos."

Fico pensando na eficácia de ficarmos nos indignando tão longe do foco do conflito. Não é que só tenhamos leis nos grandes centros urbanos, mas o fato é que aqui somos mais organizados e cobramos mais (e cá pra nós, ainda temos muito o que aprender sobre cidadania). Mas os Kaiowá... Pensem, são isolados. É uma sub-etnia tímida e reservada. Não os conheço pessoalmente, mas imagino que muito poucos falem o português.

Imagino também que a população local também seja preconceituosa e que a propaganda , ostensiva e subliminar, pro-fazendeiros seja muito forte. Isso sem falar nas ameaças.

Tô imaginando demais? Mas não consigo imaginar uma solução que não passe pela lavagem moral dos governantes. Falam da África em seus discursos populistas, mas não vêem crianças morrendo de fome em Mato Grosso.

Pensando bem nós, o povo de maneira geral, também precisamos de uma lavagenzinha. Porquê as imagens que eu mesma já postei aqui neste espaço não aparecem na Globo? Porque estamos tão mais preocupadas em saber se a brasileira foi ou não vítima de um ataque xenófobo na Suiça que largamos nossas próprias crianças à mingua.

Então, queridos amigos, não tenho idéia do que pode ser feito para sensibilizar o Governo Federal, e por tabela o Estadual e Municipal (Dourados) para que essa

etnofagia,
etnolimpeza,
etno-sacanagem
acabe.

Se alguém tiver alguma idéia.... o espaço está aqui.

Um abraço,

Ana Kristina

2 comentários:

  1. Notícias da Grande FM | Voltar
    Dourados - 23/2/2009 7:55:00


    Feijão estava estocado na Funai desde dezembro

    A demora na entrega dos alimentos estocados na sede da administração regional da Funai (Fundação Nacional do Índio) pode ser um dos causas para que quatro toneladas de feijão e outras quatro de fubá tivessem o prazo de validade vencido antes da distribuição das cestas aos índios da região cone sul do Estado.

    Informações levantadas pelo Diário MS dão conta que mesmo se fosse mantido o cronograma da Funai, os alimentos iam vencer uma semana depois de ser entregue às famílias indígenas. Conforme a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o feijão, que pela proposta inicial da Funai seria distribuído entre 27 e 30 de janeiro, venceu no dia 8 de fevereiro. Já o prazo de validade do fubá expirou no dia 6. Segundo o superintendente da Conab, Sérgio Rios, o feijão foi entregue em dezembro e o fubá repassado à Funai em janeiro.

    Segundo o superintendente da Conab, Sérgio Rios, o feijão foi entregue em dezembro e o fubá repassado à Funai em janeiro. Ele explica que a Conab compra os alimentos por meio de pregão eletrônico e impões exigências quanto ao prazo de validade. No caso do feijão, a compra foi realizada seis meses ante do vencimento.

    De acordo com Sérgio Rios, a Conab repassa 14 mil cestas básicas para a Funai e 14 mil para o Incra. As empresas levam os produtos até o armazém da companhia, em Indubrasil, e só recebem o pagamento se os produtos forem aprovados nos testes de qualidades.

    Conforme a Conab, o prejuízo em dinheiro com o vencimento de oito toneladas de alimentos armazenados no prédio da Funai foi de R$ 14 mil. As quatro toneladas de fubá custaram aos cofres públicos R$ 3.120 e quatro toneladas de feijão R$ 11,2 mil.

    A Funai havia informado que o atraso na distribuição das cestas de alimentos a comunidade indígena, provocado pela ocupação do prédio da administração do órgão por um grupo de índios que cobra a substituição da gerente Margarida Nicoletti, teria sido o fator principal para que os alimentos tivessem o prazo de validade vencido.

    O grupo de índios que cobram a saída de Margarida contesta a informação. Os índios argumentam que as cestas de alimentos demoram até 90 dias para chegarem às aldeias e acampamentos da região cone sul. Segundo eles, a demora por parte do órgão na entrega das cestas foi um dos fatores principais para que pelo menos oito toneladas de alimentos que estavam estocados na sede da Funai tivessem o prazo de validade vencido.



    Fonte: Diário MS

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  2. Alimento para os índios 27.02.2009


    Índios de reservas do sul de Mato Grosso do Sul voltaram a receber as cestas básicas distribuídas pela Funai. A entrega dos alimentos estava atrasada.



    Índios de reservas do sul de Mato Grosso do Sul voltaram a receber as cestas básicas distribuídas pela Funai. A entrega dos alimentos estava atrasada.

    A fila é longa e os índios não paravam de chegar. Na Aldeia Bororó, há 1.450 famílias cadastradas que esperavam pelo alimento.

    O caminhão chegou lotado. A Polícia Federal acompanhou os funcionários da Funai. Depois de pegar a senha, era só carregar a cesta.

    O trabalho da Funai só deve ser normalizado no mês de março. Em Dourados, os alimentos entregues são da remessa de fevereiro. A situação é mais crítica na região de Amambai, onde as cestas de janeiro ainda não terminaram de ser distribuídas.

    “Segunda-feira serão distribuídas em Amambai 2.087 cestas”, disse Lizandra Schuaiga, funcionária da Funai.

    Valdícia Oliveira estava ansiosa. Já faltava comida na despensa. Com a cesta, o almoço seria farto.

    Os índios devem receber, nos próximos dias, outra cesta referente ao mês de janeiro.




    www.globo.com/globorural

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