sábado, 28 de fevereiro de 2009

Camboinhas ...=?ISO-8859-1?Q?=20=C9=20preciso=20uni=E3o=20e?= vontade para tocar apitos

Prezada Ana Kristina e Parentes:

Tomo a liberdade de retificar o seu texto, Ana, no que concerne a Camboinhas, sim?

"Por favor, me corrijam se eu estiver falando bobagem, mas já ouvi dizer que após as últimas eleições todos os apoiadores da invasão ao terreno de Camboínhas
(área nobre em Niterói – Rio de Janeiro) se retiraram, deixando os Guaranis
à sua própria sorte. O que foi aquilo então? Um oba-oba? Mais uma vez eu
peço que me corrijam se estiver errada. Aliás, neste caso, eu torço para estar
errada mesmo."

Os sambaquis de Camboinhas são TERRA INDÍGENA do tronco TUPI, e muito antes da aludida "invasão" (SIC!) - termo usado pela Ana Kristina e do qual eu descordo cabalmente - cabe lembrar que existe um projeto de manejo sustentável indígena da área, no qual estão envolvidos os índios Urutau Guajajara e Arão da Providência Guajajara, bem como pescadores caiçaras (em parte descendentes dos TUPI).

Em ato formal da FUNAI, esta procurou as lideranças da Etnia Guajajara, trazendo uma família da Etnia Guarani mByá, a qual foi integrada à retomada em curso pelos Guajajara das terras indígenas ancestrais.

Ocorre que houve uma nefasta interferência de juruás muito mal intencionados, fato que levou os Parentes Guajajara se retirarem.


Por parte do Urutau Guajajara existe a disposição de dialogar com as lideranças Guarani mbyá:

"Acho uma boa ideia nos reunirmos com caciques e lideranças Guarani e outros Indígenas do Rio e São paulo, inclusive para saber mais informações sobre aquela família (...) antes que aquele grupo coloque o projeto Indígena de manejo sustentável em risco." (Urutau Guajajara)

Abraços de Luz!

Miryám Hess (abaixo segue notícias confiáveis sobre Camboinhas)
_____________________________________________________

Fonte : http://www.centrodeetnoconhecimento.blogspot.com/

Sobre o que ocorre em Camboinhas:

Luta Indígena em Camboinhas - Carta do CESAC Aberta ao
Público<http://centrodeetnoconhecimento.blogspot.com/2009/02/luta-indigena-em-camboinhas-carta-do.html>;

*O CESAC – Centro de Etno-conhecimento Sócio-cultural e Ambiental CAUIERÉ*,
entidade associativa sem fins lucrativos de defesa de direitos e interesses
indígenas registrada no RCPJ/RJ sob o nº 490.156, CNPJ sob o nº
73.295.875/0001-31 e no Ministério da Justiça ped. OSCIP de nº
08071.008534/2007-37, desde 1993, com sede na Rua Maracá, nº 7 em Tomás
Coelho, Rio de Janeiro, *gostaria de deixar claro que, sendo patrimônio dos
Povos Indígenas Brasileiros as áreas do Sambaqui de Duna Grande e do
Sambaqui Camboinhas, as etnias herdeiras, assim como a Comunidade de
Pescadores Artesanais de Itaipu, em parte formada por descendentes de Povos
Ameríndios que habitaram a região, possuem Direitos Indisponíveis,
Inalienáveis e Imprescritíveis sobre os mesmos*.

Como é de conhecimento público, *O CESAC, desde 2002 se mobiliza em defesa
do sistema lagunar de Itaipu*, juntamente com as entidades ambientais,
associações desportivas *e as populações originárias e tradicionais, por
meio de suas entidades representativas*, dando início à luta para defesa do
sistema lagunar, dos sambaquis e cemitérios indígenas da Região de Itaipu,
tendo apresentado juntamente com a Comunidade Caiçara de Itaipu - comunidade
tradicional, em parte descendente de Povos Originários da Região – por meio
da ALPAPI – Associação Livre dos Pescadores Artesanais da Praia de Itaipu -
um projeto interétnico de manejo sustentável da área para as principais
etnias herdeiras - demonstrando o interesse em dar uma destinação indígena e
interétnica à mesma.

Sendo o Sambaqui de Duna Grande um Cemitério Tupinambá, fica claro que, por
conta do Direito Sucessório, os herdeiros daquela região sejam de Tronco
Cultural Tupi, hoje representado pelas etnias contemporâneas Guajajara,
Kamaiurá, Aweti, entre inúmeras outras, e, obviamente, Tupinambá – assim
como a Comunidade Tradicional de Pescadores de Itaipu, em parte descendente
dos grupos Tupi que habitaram a região.

Em fins de 2007, o CESAC foi procurado pelo Sr. Cristino, representante da
Funai/RJ, para alocar ou assentar uma família Guarani Mbyá, oriunda da
Argentina, que havia sido expulsa da Comunidade de Paraty - Mirim. O projeto
supracitado foi apresentado ao Sr. Cristino (Funai) e às lideranças Guarani,
assim como, amplamente discutido com a referida família. *Por princípios
humanitários e legítimo anseio de reparação, compensação e indenização às
etnias* (*os Guarani-Mbyá pertencem ao Tronco Lingüístico Tupi-Guarani), a
família Guarani foi alocada em terreno de propriedade do CESAC*, que
adquiriu do velejador George Mollin, por meio de escritura de Cessão de
Direitos.

*O assentamento das duas famílias, Guarani e Guajajara, foi acertado entre
as partes, na presença de dois funcionários da Funai*, registrado e
documentado, fazendo parte de procedimento interno da CDHAJ/OABRJ.

*Ao invés de agradecerem a acolhida*, instigados por uma entidade que diz
representar interesses comunitários de Niterói, cujo diretor de comunicação
agora posa de antropólogo e escreve "não achar saudável a mistura de etnias"
(desconhecendo que, no Brasil, é trivial a instituição de Terras Indígenas
interétnicas e no Parque Indígena do Xingu aldeias costumam abrigar
harmonicamente famílias de etnias – e troncos culturais - diferentes), assim
como, estimulando o dissenso e a conspiração para melhor dominar, indivíduos
dessa mesma família Guarani passaram a hostilizar não somente uma família
Guajajara, bem como hostilizar e agredir lideranças e anciãos da própria
etnia Guarani, assim como apoiadores de opiniões independentes, que
ameaçavam a "liderança" de pensamento único, protagonizada por um rapaz
imaturo e violento, de caráter deslumbrado, facilmente manipulável por
aproveitadores organizados à órbita dessa entidade. Entidade essa movida por
interesses estranhos aos das etnias envolvidas.

*O* * CESAC é contra toda forma de intolerância e sempre realizou seu
trabalho de forma digna, organizada, apartidária e responsável. O CESAC
repudia o uso da violência e da coação, assim como campanhas difamatórias de
qualquer espécie.*

O comportamento discriminatório por parte dos Guarani, em grande parte
estimulado e propugnado pelo CIN (CCOB), é visto com grande tristeza, uma
vez que os Guarani sempre foram tratados com grande respeito, independente
do comportamento imaturo de alguns. Acreditamos que soluções para conflitos
não devem ocorrer por meio de violência e coação, como acreditam certos
indivíduos Guarani alocados em Camboinhas.


*Nós entendemos que o Sambaqui Camboinhas, construção humana de mais de
8.000 anos de idade, anterior à edificação às estruturas do Velho Mundo, é
Patrimônio dos Povos Indígenas Brasileiros, assim como o Sambaqui de Duna
Grande pertence, por direito sucessório, aos Povos de Tronco Tupi e à
Comunidade Tradicional Caiçara, em parte descendente dos Povos Tupi que
habitaram a região*.

*Os direitos dos Povos Indígenas e das Comunidades Tradicionais são Direitos
Indisponíveis, Inalienáveis e Imprescritíveis, tornando inviáveis quaisquer
Termos de Ajustes de Conduta (TAC) em Camboinhas, sob pena de
nulidade*. OCESAC entende que
* o monitoramento, acompanhamento e assistência jurídica dos direitos e
interesses das comunidades indígenas e das populações tradicionais daquela
região já estão sendo prestados pela CDHAJ/OABRJ e que a interferência
alheia à da CDHAJ, além de indevida, frustra os interesses dessas populações
* no projeto de manejo elaborado e implementado pelo CESAC, ALPAPI e
CDHAJ/OABRJ, *além de violar irreparavelmente os direitos das populações
originárias e tradicionais no local.*

*Os Guajajara possuem interesse cultural pelas áreas do Sambaqui Camboinhas
e do Sambaqui Duna Grande, o que torna nulo o Termo de Ajuste de Conduta
proposto por José de Azevedo, do CCOB, para a família Guarani Mbyá de
Camboinhas. Do mesmo modo, há direito sucessório, válido não apenas para os
Povos de Tronco Tupi, como para os caiçaras das comunidades locais,
descendentes de grupos Tupi*.

*Os Direitos dos Povos Indígenas e das Comunidades Tradicionais são Direitos
Inalienáveis, Indisponíveis, não podendo ser traficados por meia-dúzia de
violadores de Direitos.*

*O* *momento não é de determinar condutas e, sim, de determinar os direitos
e interesses dos Povos de Tronco Tupi e dos Pescadores Tradicionais de
Itaipu: uma família Guarani Mbyá não pode falar em nome de todos os Mbyá nem
pode dispor de direitos e interesses em nome de todos os Guarani; em segundo
lugar, os próprios Guarani Mbyá não poderiam dispor de direitos e interesses
nem falar em nome de todas etnias de Tronco Tupi.*

*A procuradoria da República, por meio da sua Subprocuradoria-Geral,
representando a 6 Câmara de Coordenação e Revisão, já determinou ao
Procurador da República de Niterói que defenda o projeto do CESAC/ALPAPI e
da CDHAJ. *

*Os Povos Indígenas brasileiros se integram à comunidade nacional, não
necessitando ser tutelados por entidades como o CCOB ou o CIN, cujos
interesses lhes são totalmente estranhos e obscuros. O CESAC tem compromisso
não somente com os Povos Originários e com as Comunidades Tradicionais da
região, bem como com todos os moradores de Camboinhas, que merecem ser
respeitados. Entendemos que "oprimidos" não podem se tornar opressores e
estendemos nosso respeito à autodeterminação dos Povos Originários ao
conjunto da sociedade nacional.*

*
*
Fonte : http://www.centrodeetnoconhecimento.blogspot.com/
_________________________________________________________________


Fri, 27 Feb 2009 12:09:19 -0300, Ana Kristina escreveu:

>
>
> *"Pessoas inteligentes discutem idéias; *
>
> *pessoas comuns discutem fatos; *
>
> *pessoas medíocres discutem pessoas." *
>
> (não sei quem é o autor)
>
>
(O texto de Ana Kristina foi retirado desse post por motivos de espaço, uma vez que está postado logo abaixo, neste blog. - Ana Kristina)

Um comentário:

  1. Comentário postado por José Guajajara como email. Por necessidade de espaço e para evitar muitas repetições de mensagens antigas, copio a postagem dele aqui, como comentário, para que não ficasse também dissociado da discussão.

    "Katú Miryam?
    Aquí é o teu amigo José Guajajara.

    Concordo plenamente contigo, acontece é que alí tem muito cacique pra pouco Indio, a interferência dos não indios é muito forte e até mesmo a interferência do estado nacional atrvés da Funai interferiu negativamente, enviando pra lá o próprio presidente da Funai em excercicio Aluízio e o chefe de posto do Rio Cristino, incitando os Guarani contra os Guajajara para enfraquecer o movimento, repetindo o que fizeram os Europeus a 500 anos trás. "

    ResponderExcluir