domingo, 4 de janeiro de 2009

VOZES

Esse texto foi enviado anteriormente a Juvenal Payayá como uma resposta ao seu questionamento ("O que fazer?"). Repasso-o, atualizado (retirando as referências pessoais), porque assim expresso minha opinião de maneira que todos possam ouvir a minha "voz".

Ana Kristina

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Não sou uma pessoa de grandes conhecimentos sobre movimentos políticos e sociais, mas com uma sabedoria dada pelo senso comum, não aceito nada de graça e, por isso, questiono.

Vou alinhar meus pensamentos em tópicos (isso me ajuda)

1. Vozes de todos

A primeira coisa que devemos fazer é nos manifestar publicamente. Isso não é uma ordem de comando para que todos saiam às ruas batendo panelas e atrapalhando o trânsito. A ideia é aproveitar todos os espaços que nos são disponibilizados para expressar a nossa indignação. Por exemplo, em quem você votou na última eleição? Está satisfeito? Se não, então escreva para o seu candidato, agora eleito, e cobre! Pergunte o que ele tem feito pelos povos indígenas. Todos os políticos tem sites pessoais ou do partido, sem falar nos sites oficiais do governo. Em todos eles há um “fale conosco” ou “contato”.

Para os que não tem internet, os Correios costumava ter um formulário pronto para a Câmara dos Deputados. É preciso checar se esse serviço ainda está funcionando.

Acredito em fenômenos sociais e acho que seu um número significativo de emails e cartas começar a chegar até esses políticos vai acabar por chamar a atenção, principalmente da imprensa.

Outro espaço são os jornais. Os online normalmente oferecem a opção de comentários dos leitores. Nesses espaços também é possível a manifestação. Mesmo não sendo a notícia exatamente sobre a questão indígena, às vezes dá para “pegar o gancho” e falar sobre isso.
Mas o mais importante está no segundo tópico.


2. Vozes indígenas

Todos deveriam se manifestar, índios e não índios, porque se trata de uma questão de antes de ser uma questão racial ou territorial. Mas todo esse clamor ganharia muito mais em legitimidade se houvesse uma significativa participação dos próprios indígenas.

É bonito ver os Juruá (não-índio em Guarani) se preocupando com as causas indígenas. Sinaliza solidariedade entre os povos. Mas a verdade é que as autoridades não dão tanto valor a isso porque sabem que uma boa parte das “vozes Juruá” se levantam por modismo, por autopromoção , interesses econômicos ou religiosos, enfim, pouquíssimos estão realmente dispostos a arregaçar as mangas.

Alguns movimentos nesse sentido estão sendo criados. O Índios Online é um dos mais fantásticos canais de manifestação indígena. Foi realmente uma idéia de gênio e precisa ser mais divulgado. O programa do Arco Digital também foi uma grande idéia pois contempla a inclusão do índio no mundo digital – e isso o possibilitaria aumentar o alcance de sua “voz”.

Anakris

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